Sem dúvida que, até à data, a consequência mais devastadora foi a mortalidade causado pelo coronavírus Covid-19 que neste momento já causou mais de 260.000 mortes em todo o mundo. Não obstante, convém recordar, para que não entremos em pânico, que as mortes encontram maioritariamente a sua explicação no agravamento de patologias anteriores provocado pelo vírus, de modo que, na maioria dos casos, afecta pessoas idosas.
Depois de ser conhecida a rápida disseminação do vírus que se tornou numa pandemia, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os países mais afectados inicialmente foram a China, Itália, Irão e Espanha, pois foram os que registaram um número maior de casos confirmados
Apesar do facto de a maioria dos líderes mundiais já ter adoptado medidas restritas para impedir a disseminação, uma parte importante do sucesso recai sobre a responsabilidade da sociedade civil. Neste caso, existem vários países que optaram pelo confinamento como medida de prevenção, com a obrigação permanência na habitação sem sair e sem manter contacto externo salvo em situações estritamente necessárias.
Foi esta medida que provocou o bloqueio da actividade industrial, obrigando ao encerramento das empresas cuja actividade não fosse considerada imprescindível para manter o fornecimento de bens e serviços de primeira necessidade.
E é neste âmbito que, até à data, nos podemos referir ao único impacto positivo provocado pelo coronavírus: a redução da poluição.
Tal facto foi já referido por vários meios de comunicação com base nos vídeos publicados pela ESA (Agência Espacial Europeia) através de imagens de satélites que mostram uma clara redução dos gases provocados pela actividade humana desde que se começou a falar do coronavírus.
Além disso, a ESA publicou recentemente no seu site oficial imagens do satélite Copernicus Sentinel-5P, onde pode ser observada a redução da poluição do ar em Itália, dados que coincidem com o bloqueio nacional para impedir a propagação do Covid-19.
Portanto, sim, é evidente que as emissões de GEE, derivadas, em grande parte, da actividade industrial e humana no mundo, foram reduzidas em consequência das medidas adoptadas para impedir a disseminação desse novo vírus, para o qual ainda não existe vacina.
Circulam também pela internet imagens desta mesma agência que demonstram que a China, um dos países com maiores níveis de poluição do mundo, também reduziu as suas emissões de CO2.
A redução de emissões de CO2 que coincide com a actual crise do coronavírus, para além de encontrar a sua explicação no encerramento de determinadas actividades industriais, pode também estar relacionada com a restrição nos transportes aos mais diversos níveis.
Apesar destas restrições serem forçadas em resultado da situação de excepção provocada pelo coronavírus, talvez seja o momento de reflectir sobre as nossas práticas diárias que aumentam a poluição ao invés de a reduzir.
É também preocupante o número de material médico sanitário recentemente encontrado nas praias das várias ilhas do arquipélago de Soko, localizado entre Hong Kong e Lantau. Deixamos-vos aqui um link para uma publicação do jornal Público sobre esta informação.
Não nos podemos esquecer de que o crescente aumento de casos na curva de contágio causou e continuará previsivelmente a causar a escassez de materiais médicos em alguns hospitais por todo o mundo. Por esse motivo, devemos fazer um uso responsável das máscaras e por exemplo limitar a sua utilização por pacientes já infectados a fim de evitar a disseminação do vírus, àqueles cuja saúde pode ser agravada por um possível contágio e ao pessoal de saúde.